Maria Margarida Vargues e Nélia Sequeira (Biblioteca da Universidade do Algarve)

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, enquadram-se num plano para que todas as Nações contribuam para um mundo melhor, sem pobreza, protegendo o ambiente, para que se alcance a prosperidade e bem-estar de todos. 

Maria Assunção Constantino e Mariana Ornelas do Rego 
(Biblioteca Municipal Vicente Campinas, Vila Real de Santo António)

Uma biblioteca é um organismo vivo, pulsante, onde histórias se entrelaçam e ideias se transformam. Uma biblioteca viva é aquela que transcende as estantes e se torna um centro de experiências, de inovação e de encontro humano. Desde tempos imemoriais, as bibliotecas constituem templos do saber, são guardiãs de narrativas que atravessam séculos, preservando a memória coletiva da humanidade. Contudo, para além do caráter estático dos volumes que albergam, as bibliotecas verdadeiramente vivas transcendem a mera acumulação documental, tornando-se espaços de partilha, debate e incessante transformação e criação.

Uma biblioteca viva não se limita à conservação de obras. Pelo contrário, nela processa-se um perpétuo diálogo entre gerações, uma intersecção dinâmica entre passado, presente e futuro. O papel das bibliotecas enquanto centros de erudição estende-se à promoção do pensamento crítico, à democratização do acesso ao conhecimento e à renovação constante das suas funções. Assim, longe de serem relicários silenciosos, elas emergem como organismos vibrantes, adaptáveis, e imprescindíveis para a sociedade contemporânea.

No contexto atual, em que o digital avança a passos largos, poder-se-ia pensar que a materialidade dos livros estaria condenada à obsolescência. Todavia, a realidade revela um panorama diverso: as bibliotecas modernas conjugam tradição e inovação, oferecendo experiências imersivas, clubes de leitura e outros, encontros literários e programas educativos que fortalecem a interação humana e elevam a cultura à sua máxima expressão. Nestes espaços, os livros não são meros objetos, mas pontes que ligam sensibilidades e universos cognitivos distintos.

A biblioteca viva deve ser inclusiva e acessível, permitindo que o saber não se restrinja a elites, mas se expanda de modo equitativo. O conhecimento, para ser verdadeiramente transformador, precisa de estar ao alcance de todos, sem barreiras geográficas, económicas ou sociais. Para isso, estas instituições promovem iniciativas que extrapolam os seus muros físicos, levando conhecimento à comunidade, às escolas, às praças e até ao mundo virtual, num movimento de difusão constante.

Em tempos em que a informação circula rapidamente, mas nem sempre com qualidade, as bibliotecas vivas reafirmam o seu papel essencial. São lugares de confiança, onde a busca pelo conhecimento se baseia em fontes fiáveis para uma reflexão crítica.

Manter uma biblioteca viva é, acima de tudo, cultivar o desejo pela aprendizagem contínua, é assegurar que, independentemente dos avanços tecnológicos, a essência do saber nunca deixe de ser compartilhada, discutida e celebrada. Porque enquanto houver um ser humano disposto a aprender, as bibliotecas seguirão vivas.

Descubra tudo isto numa biblioteca pública perto de si!


MAIO 2025

Rute Guerreiro (Biblioteca Municipal de Silves)

Na data em que se assinala o 39º aniversário da RNBP – Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, a BIBAL – Rede Intermunicipal das Bibliotecas do Algarve associa-se a esta efeméride através da realização de várias iniciativas culturais dirigidas a toda a comunidade. Nunca é demais (re)lembrar a importância das bibliotecas públicas para a sociedade, na medida em que são, por excelência, locais de aprendizagem, de fruição e de encontro. Visitar a biblioteca mais próxima é abrir uma porta para o conhecimento, proporcionando este a construção de uma cidadania mais forte e plural.

Maria Paula Ferreira (Biblioteca Municipal de Tavira)

O papel das bibliotecas tem evoluído ao longo do tempo, adaptando-se às transformações tecnológicas e sociais e enfrentando os novos paradigmas e desafios do mundo contemporâneo. A sua atuação passa por desenvolver estratégias que facilitem o acesso à informação, promovam a aprendizagem, combatam a iliteracia e, hoje, mais do que nunca, a desinformação.

Sandra Patarata (Biblioteca Municipal de Olhão - José Mariano Gago)

Acompanhar a revolução digital é essencial para que as bibliotecas continuem a cumprir o seu papel, fundamental, na sociedade. No mundo contemporâneo, a integração das tecnologias nas bibliotecas tem-se revelado não apenas benéfica, mas essencial para reforçar a missão destas instituições.

Neste contexto a plataforma BiblioLED, uma plataforma de empréstimo de livros eletrónicos, destinada aos utilizadores inscritos nas bibliotecas municipais integradas na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), destaca-se como um exemplo notável de como a tecnologia pode transformar e revitalizar o modo como se usam as bibliotecas, tornando-as ainda mais acessíveis, inclusivas e eficientes.