O Presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), António Pina, participou esta semana na sessão regional onde foram apresentadas as bases do Plano Ferroviário Nacional. A iniciativa foi promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), em parceria com o Gabinete do Ministro das Infraestruturas e Habitação e com o Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT).
Na sessão, que decorreu na CCDR Algarve e, em simultâneo, em ambiente digital, o Presidente da AMAL mostrou-se bastante satisfeito com a inclusão de quatro pontos, fundamentais para o Algarve, no ainda projeto de Plano: a redução do tempo de viagem entre Faro e Lisboa para as 2h15m; a ligação ao aeroporto de Faro; a ligação à Andaluzia e a acessibilidade às cidades e zonas mais populosas. António Pina considerou que estão em causa 4 desafios para a Rede Ferroviária do Algarve e manifestou total disponibilidade para colaborar. O Presidente defendeu que é determinante que numa região turística como o Algarve a mobilidade seja prioritária, não só para os turistas, mas também – e em primeira instância – para os próprios residentes.
Uma posição desde o início também defendida pelo Presidente da CCDR Algarve, José Apolinário, que na sessão de abertura lembrou que o Parlamento Europeu aprovou uma proposta da Comissão para designar 2021 como o "Ano Europeu do Transporte Ferroviário". A decisão, adotada pelo Conselho a 16 de dezembro de 2020, está intrinsecamente associada aos esforços da União Europeia para promover modos de transporte respeitadores do ambiente e alcançar a neutralidade climática até 2050, no âmbito do Pacto Ecológico Europeu.
Neste sentido, e em linha com os desígnios europeus, Portugal está a promover a elaboração do Plano Ferroviário Nacional (PFN), instrumento que vai definir a rede ferroviária que assegura as comunicações de interesse nacional e internacional.
Recorde-se que, no Algarve, as Infraestruturas de Portugal têm prevista para este ano a adjudicação da eletrificação da Linha do Algarve, no âmbito do Programa Ferrovia 2020. Para José Apolinário é fundamental que esta medida venha acompanhada da melhoria do material circulante, exigindo ao Governo “automotoras e composições mais modernas que permitam viajar com conforto e qualidade de Lagos a Vila Real de Santo António, e com horários que possam efetivamente dispensar o recurso ao uso do automóvel”.
A resposta veio de Frederico Francisco, coordenador do grupo de trabalho para a elaboração do Plano Ferroviário Nacional, que referiu que a obra de eletrificação da Linha do Algarve, cuja conclusão está prevista para 2023, “irá logo permitir essa mudança para material circulante eléctrico que garantirá com certeza uma notória melhoria da qualidade do serviço”.
Esta sessão de âmbito regional, promovida também pelo Gabinete do Ministro das Infraestruturas e da Habitação e Instituto de Mobilidade e Transportes, tinha como objectivo consultar as entidades territoriais competentes nesta área, bem como ouvir outras personalidades. Contou, por isso, com a presença de Paulo Águas, Reitor da Universidade do Algarve; Alberto Mota Borges, Diretor do Aeroporto de Faro, Cristina Grilo e José Caramelo, Movimento MAIS FERROVIA, que deixaram os seus contributos numa perspectiva regional.
A Mesa Redonda, dedicada ao tema “O Turismo e o Transporte Ferroviário”, contou com intervenções da Vice-Presidente do Turismo do Algarve e dos responsáveis das associações empresariais e turísticas do Algarve, nomeadamente, o NERA, a AHETA, a AIHSA, a ACRAL e a Associação Turismo de Portimão.
Prevê-se que a apresentação e discussão pública deste Plano aconteçam no arranque do próximo ano e que a redação final seja concluída até maio de 2022.