Paula Ferreira (Biblioteca Municipal de Tavira)
Em 1994 foi aprovado o Manifesto da Unesco. É o documento basilar e responsável por toda a política de orientação e organização das Bibliotecas Públicas, definindo de forma objetiva a Missão destas instituições em todo o mundo.
A UNESCO, através deste Manifesto, evidencia o valor da Biblioteca Pública, enquanto força viva para a educação e cultura, e como agente essencial para a promoção do bem-estar, considerando-a o centro local de informação.
Consideram-se quatro, os aspetos em que a Biblioteca Pública desenvolve a sua ação: informação, alfabetização, educação e cultura. O acesso ao conhecimento, à informação e à cultura, sem qualquer descriminação de idade, raça, sexo, religião, língua ou condição social, presente no Manifesto, implica, naturalmente, que a Biblioteca Pública seja da responsabilidade das autoridades locais e nacionais, e objecto de uma legislação e financiamento específicos.
Atendendo ao desenvolvimento económico e social verificado e às consequentes alterações ocorridas desde 1994, a IFLA (International Federation of Libraries Association) produziu, em 2009, dez recomendações adicionais ao texto de 1994, tendo em vista uma adaptação das Bibliotecas às transformações ocorridas, na sequência das novas tecnologias da informação: “10 ways to make a public library work / Update your libraries”.
Estas recomendações dão linhas orientadoras para as Bibliotecas Públicas do século XXI, num mundo digital em permanente mudança. O “novo” bibliotecário será mais um educador e formador da comunidade, do que apenas o guardião do conhecimento. Salienta-se também a ideia da Biblioteca associada a outros espaços como os museus e arquivos, sendo este conjunto, espaço de encontro da comunidade numa linha da sabedoria global, World Wide Wisdom.
Lembramos este percurso, assinalando os 25 anos do Manifesto da Unesco sobre Bibliotecas Públicas.
Março 2020