BIBLIOTECA MUNICIPAL ÁLVARO CAMPOS

Paula Ferreira / Biblioteca Municipal de Tavira 

Para falar da história da Biblioteca, não podemos deixar de mencionar a sua ação nos tempos de hoje, os seus espaços e o seu fundo documental que contempla documentos antigos, reunidos ao longo do tempo, acompanhando a história da Biblioteca.

É também importante fazer referência à sua arquitetura por se tratar de uma obra de referência na atual arquitetura de Tavira – a reabilitação de um edifício com história, a antiga cadeia civil, por um arquiteto premiado nacional e internacionalmente.

A Biblioteca e a sua ação
A Biblioteca Municipal Álvaro de Campos (BMAC) abriu ao público em 2006 integrando a Rede Nacional de Leitura Pública. Reúne um espólio valioso, herdado ao longo do tempo, numa história que remonta ao século XIX. O edifício combina património histórico da cidade com arquitetura contemporânea, sendo considerado uma obra de referência arquitetónica. A Biblioteca tem vindo a adaptar-se às novas necessidades de informação, tendo no envolvimento com a comunidade o seu principal eixo de ação. Neste sentido, é palco de diversas atividades culturais.

História
O legado cultural que daria origem à criação de uma biblioteca em Tavira, pertenceu ao benemérito José Joaquim Jara conforme testamento de 24 de julho de 1890: “Lego à mesma Câmara (Câmara Municipal de Tavira) três contos de réis para edificar uma escola e compra dos respetivos móveis (…). À mesma Câmara lego, também, os meus livros que existirem em minha casa até à data do meu falecimento, para uso da mesma escola, e lego mais seis contos nominais de inscrições de juro de três por cento para, com o seu produto, se irem comprando livros de instrução e científicos e mais despesas necessárias para se ir formando uma Biblioteca na mesma escola para uso dos alunos e do público”. – Livro de testamentos do 2.º Bairro Administrativo de Lisboa.

Desta herança até aos nossos dias, vários foram os locais onde o acesso à leitura se desenvolveu, passando, até mesmo, por situações de itinerância pelo concelho. Era a Biblioteca itinerante da Gulbenkian N.º 8, onde se destaca o papel de Guilherme Camacho, levando livros aos locais mais distantes e fomentando o gosto pela leitura e com principal incidência nas camadas mais jovens.

Em 2002, a Câmara Municipal estabeleceu um protocolo com o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, passando a integrar a Rede Nacional de Leitura Pública.

Arquitetura
A reabilitação da antiga cadeia civil de Tavira – projeto da autoria do arquiteto João Luís Carrilho da Graça – deu origem à atual Biblioteca Municipal Álvaro de Campos.
Segundo o arquiteto, a solução arquitetónica encontrada para este equipamento passou por manter “a presença poética da memória do edifício em harmonia com os diferentes espaços que o compõem, foi indispensável uma atenção global aos espaços e aos edifícios, ao seu espírito e à sua matéria. Conservar e restaurar até ao limite, com o respeito que se deve àquilo de que se gosta muito (…).”

Espaços, serviços e Fundo Documental
Desta forma os espaços da BMAC oferecem ao público uma transparência e tranquilidade que convidam a entrar e permanecer. Desde as salas de leitura ao espaço polivalente (auditório – Sala Guilherme Camacho), até ao jardim com lagos e trepadeiras, desenvolve-se uma estrutura orgânica que vai ao encontro dos objetivos de uma biblioteca de leitura pública.

Disponibilizamos um conjunto de serviços, nomeadamente Informação e Referência; Leitura Presencial; Empréstimo Domiciliário e Interbibliotecário; acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação, apoio à sua utilização; Rede wireless; Reprodução e Impressão de documentos; Venda de Publicações editadas e apoiadas pela Câmara Municipal de Tavira; Serviço Educativo; Serviço de Extensão Cultural, desenvolvido com o envolvimento e parcerias entre diversas entidades. A BMAC também integra e apoia a Rede de Bibliotecas de Tavira de que fazem parte as Bibliotecas Escolares.

Quanto ao fundo documental, reunimos, processamos e preservamos o mesmo, de forma a disponibilizá-lo, assegurando a qualidade e eficácia da pesquisa e da recuperação da informação e conteúdos. 

O acervo documental engloba fundos de diferentes épocas – onde se inclui fundo antigo, entre os séculos XVI a XIX - e a sua evolução tem sido o resultado de várias doações e aquisições que se têm mantido, garantindo um fundo atual.

MAIO 2024

 

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